Mapeamento social participativo: mundos entre a pesquisa educativa e o ativismo ecológico
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Resumo
O lócus dessa pesquisa é o Estado de Mato Grosso-Brasil, um território que oferece¬nos inúmeras belezas naturais e rica biodiversidade somada a um vasto mosaico de identidades que forma uma grande rede tecida por grupos sociais que se espalham pelo Estado e lutam por uma vida digna em um ambiente preservado. Contrastam nesta paisagem os resultados da busca incessante pelo crescimento econômico, centrada na atividade econômica do agronegócio, caracterizado por contínuas áreas de monocultura, destinando grande parte da produção à exportação. Esse modelo é também, comumente, caracterizado pela concentração de terras, convertendo gigantescas áreas de florestas em monoculturas, em pecuária, em usinas hidrelétricas e em outras atividades que visam o lucro imediato, expropriando grupos sociais vulneráveis e provocando significativos conflitos socioambientais. O objetivo deste artigo é apresentar uma compreensão dessa dinâmica tão diversa que se faz presente neste território, em fecundo diálogo com a construção do “Mapa dos grupos sociais de Mato Grosso” e do “Mapa dos con flitos socioambientais de Mato Grosso”. Estes mapeamentos foram propostos e concretizados pelo Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) com a importante contribuição de diversos parceiros. Para isso, elaboramos uma metodologia inovadora denominada Mapa Social, que se fundamentou nas autonarrativas de diferentes grupos sociais. Os resultados apresentados oferecem um panorama da situação atual, um retrato – mesmo que temporário – dos diferentes grupos sociais e conflitos que pulsam nos territórios de Mato Grosso. Inscritos em uma Educação Ambiental que almeja a transformação social com responsabilidade ecológica, apontamos como essa pesquisa vem tornando-se um referencial aos pesquisadores, aos go vernos e a sociedade civil. A educação ambiental em diálogo com o mapa social vem reforçar a valorização da cultura, na ousadia da reconstrução de sociedades sustentá veis, que resignifique valores como justiça ambiental, pertencimento e democracia.
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Citas
Anderson, Benedict (2008): Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. Tradução Denise Bottman. São Paulo: Companhia das letras.
Berhe, Asmeret A. (2004): “Of land and identity: territorialization of the Eritrean national identity.” Eritrean Studies Review 4, no. 1, pp. 55-82.