«Cada Casa da Criança que se abre, corresponde a uma enfermaria que se fecha». Gerar, criar e educar no Portugal do Estado Novo
Contido principal do artigo
Resumo
A análise centra-se no programa das Casas da Criança enquadrado na obra social e educativa edificada pela ação, sucessiva, das Juntas Geral do Distrito de Coimbra, da Província da Beira Litoral e Distrital de Coimbra, lideradas por Fernando Bissaya Barreto, entre 1927 e 1974. Discute-se o programa pelo viés da inovação em educação enquanto introdução do novo e a reconfiguração das relações com o saber e o poder. Interpelamos um conjunto multivariado de fontes arquivísticas, e.g., processos de admissão às Casas da Criança, os livros de atas, plantas e alçados, fotografias e um conjunto de trabalhos elaborados por estagiárias. Das fontes publicadas destacam-se a imprensa escrita e algumas publicações contemporâneas dos acontecimentos. O corpus documental foi sujeito ao método crítico e à análise de conteúdo e recorreu-se à triangulação de fontes para uma leitura mais totalizante. Obteve-se uma compreensão complexa da realidade educacional, captando dimensões de inovação educativa e dos seus limites.