As escolas de ensino primário em Lisboa e no interior de Portugal, no limiar da descentralização oitocentista
Contido principal do artigo
Resumo
O Regulamento de 20 de dezembro de 1850 reforçou o papel da administração local, determinando que na criação de novas escolas teriam preferência os concelhos e as freguesias que dispusessem de casa própria e mobiliário adequado. Tal decisão foi completada anos mais tarde (1866) com a promulgação de um conjunto de normas sobre os espaços escolares e os seus equipamentos. O Município de Lisboa não gozou de privilégios especiais relativamente à instrução pública, devendo reger-se pelas normas gerais promulgadas para todo o país. E, tal como as outras municipalidades, também a de Lisboa não dispunha de meios financeiros suficientes, ainda que no seu território funcionasse a maior parte dos serviços administrativos centrais e as instituições políticas. Neste artigo é analisada a situação do ensino primário em dois territórios distintos: o Município de Lisboa, capital do Reino, eminentemente de características urbanas e o Município de Proença-a-Nova, com predominância de atividades rurais e poucos meios de comunicação, situado no interior do país. Para o estudo foram privilegiados, como fontes primárias, os questionários preenchidos durante uma Inspeção Extraordinária às Escolas Primárias, realizada em 1875. Foram também utilizados outros documentos oficiais e estudos da época.
Palavras-chave:
Downloads
Detalles do artigo
Referências
Alves Catharino, Pe Manuel. Concelho de Proença-a-Nova. Virtudes dos seus maiores e plêiade que vela o seu nobre passado (Lisboa: s.n., 1933, reed. 2006).
Consulta de 14 de outubro de 1859. O Instituto. Jornal Scientifico e Litterario VIII (15): 227.
Corrêa de Lacerda, D. José M. A. A. “Relatorio do comissario dos Estudos no districto administrativo de Lisboa, no ano escolar de 1857-1858”, O Instituto. Jornal Scientifico e Litterario IX, 14 (1858).
Corrêa de Lacerda, D. José M. A. A. (1856). “Relatorio da comissão dos estudos do districto de Lisboa de 24 de dezembro de 1855”, O Instituto. Jornal Scientifico e Litterario V, 9 (1855).
Corrêa de Lacerda, D.José M. A. A. “Relatorio sobre o estado presente da instrucção primaria e secundaria, publica e particular, do Districto administrativo de Lisboa em março de 1855”, O Instituto. Jornal Scientifico e Litterario IV, 12 e 15, (1855).
Cunha Sotto-Maior. “Sessão de 20 de junho de 1850”, Diário da Câmara dos Senhores Deputados (1850): 314.
da Costa, Claudio Adriano. “Instrucção publica”, Revista Universal Lisbonense II, 6 (1842): 64.
da Silva Canuto, Maria José. Terceira conferência no Lyceu Nacional: instrucção e educação. 4 de julho de 1869, (Lisboa: s.n., 1869).
de Barros e Cunha, Gualberto. “Sessão de 26 de janeiro de 1876”, Diario da Camara dos Senhores Deputado (1876): 174.
de Sousa Pires de Lima, Augusto. “Sessão da Câmara dos Deputados de 26 de março de 1877”, Diário da Câmara dos Senhores Deputados (1877): 793.
Mascarenhas, Aragão. “Sessão da Câmara dos Deputados de 2 de maio de 1862”, Diário da Câmara dos Senhores Deputados (1862): 1177.
Róxa, Pedro. Estatistica da instrucção primaria em Portugal organizada sobre a inspecção extraordinária de 1863 a 1864. Tabelas districtaes (Lisboa: Imprensa Nacional, 1867).
Sousa Bastos, António. Lisboa velha. Sessenta anos de recordações (1850 a 1910). (Lisboa: Oficinas Gráficas da Câmara Municipal de Lisboa, 1947), 9.
Fontes documentais
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Ministério do Reino, livros 1070, 1074, 1075.
Diário da Câmara dos Senhores Deputados, «Dados apresentados na sessão de 15 de janeiro de 1875», (1875).
Diário da Câmara dos Senhores Deputados, «Sessão de 10 de março de 1874», (1874).
Relatório do Conselho Superior de Instrução Pública, referente ao ano letivo de 1856-1857». Joaquim Ferreira Gomes, Relatórios do Conselho Superior de Instrução Pública (1844-1859) (Coimbra: Instituto Nacional de Investigação Científica, Centro de Psicopedagogia da Universidade de Coimbra,1985), 246.
“Relação dos livros, mapas e outros objectos adoptados nas escolas municipaes de Pariz, trazidos pelo exmo. Presidente da câmara de Lisboa para as escolas municipaes desta cidade”, Archivo Municipal de Lisboa (1875):