Perceções dos adultos após acolhimento residencial: fatores inibidores e facilitadores
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Resumo
Este estudo explora as perceções de adultos, outrora em acolhimento residencial em Portugal, face aos desafios percecionados após cessação desta medida. Delinearam-se como objetivos: conhecer os sentimentos experienciados à saída da instituição; inferir os fatores facilitadores e inibidores da transição pós-institucionalização e delinear propostas de melhoria no apoio a esta transição. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas a 18 adultos com idades dos 24 aos 39 anos. As categorias de primeira e de segunda ordem foram identificadas dentro de três eixos temáticos. A saída do acolhimento foi, essencialmente, recordada com sentimentos negativos. Como fatores facilitadores inferiu-se a aposta na formação académica, a existência de apoio social, o início ou a manutenção de uma atividade profissional e a transição para apartamentos de autonomização. Como fatores inibidores inferiram-se as parcas competências funcionais, as dificuldades económicas, o parco conhecimento da realidade, a ausência de suporte formal na transição pós-institucionalização e o estigma social. Vários fatores de índole pessoal e contextual influenciaram a transição, enfatizando a necessidade de um acompanhamento qualificado e a aposta na promoção da autonomia funcional e da autoconfiança dos jovens.