Processo de supervisão: Perceções de professores cooperantes do 2.º ciclo do Ensino Básico
DOI:
https://doi.org/10.17979/reipe.2015.0.06.445Palavras-chave:
formação de professores, iniciação à prática profissional, prática de ensino supervisionada, supervisãoResumo
Em Portugal, a formação inicial dos educadores de infância e professores do ensino básico, enquadrada pelo Decreto-lei n.º 79/2014, inclui a componente de Iniciação à Prática Profissional, quer na Licenciatura em Educação Básica, quer nos mestrados, em que os alunos desenvolvem a Prática de Ensino Supervisionada. Neste âmbito, é fundamental falar no processo de supervisão. Inscrevendo-o numa perspetiva de cariz sócio-construtivista, possibilita aos alunos envolver-se em experiências formativas diversificadas e a integração e sistematização de saberes que emergem na interdependência entre a ação e a reflexão. Cabe aos supervisores a função de incentivá-los a observar, analisar e interpretar as práticas educativas e a implicar-se na procura de respostas para as dificuldades com que se defrontam. Esta comunicação resulta de um estudo de natureza interpretativa mais abrangente que incluiu educadores e professores cooperantes da Escola Superior de Educação de Bragança (da Licenciatura em Educação Básica e dos Mestrados em Educação Pré-escolar, em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo, e em Ensino do 1.º e do 2.º Ciclo do Ensino Básico) e teve como principal objetivo compreender as suas perceções/vivências acerca do processo de supervisão, com o objetivo de recolher informações que nos ajudem a refletir sobre o processo de supervisão/formação desenvolvido na nossa instituição. O processo de recolha de dados recorreu a um questionário com perguntas abertas que inclui as seguintes categorias: papéis desempenhados no processo de supervisão, interações/relações estabelecidas entre a instituição de formação e contexto escolar, reflexão e avaliação no âmbito da supervisão. O questionário foi aplicado no final do ano letivo 2013/2014. Esta comunicação refere-se às perceções dos professores do 2.º ciclo do Ensino Básico (crianças dos 10-12 anos). Responderam 17 professores, de um total de 28 envolvidos nas unidades de IPP (Licenciatura) e de PES (Mestrado). As respostas foram sujeitas a análise de conteúdo, tendo sido criadas categorias, a posteriori. Relativamente aos papéis desempenhados no processo de supervisão, os dados mostram, sobretudo, que as opiniões são variadas. Por exemplo, há professores que consideram que os papéis são adequados, outros assinalam que deveria existir mais supervisão em sala de aula por parte do supervisor e alguns apontam para a necessidade de uma definição diferenciada de papéis. As interações/relações estabelecidas entre instituição de formação e contexto escolar, onde foi realizado o estágio, são percebidas, pela maioria dos professores, como positivas. É, contudo, apontada a necessidade de mais momentos de interacção entre o aluno (estagiário), o professor cooperante e os professores supervisores, no sentido de promover uma melhor organização do processo de supervisão. Ao nível da reflexão, componente essencial da prática letiva, os professores cooperantes, mais uma vez, revelam opiniões diversificadas, sendo apontada a adequação da reflexão realizada, mas propõe-se o aumento da periodicidade dos momentos de reflexão com os supervisores da instituição de formação. Sobre a avaliação do processo, é visível a centralização das respostas na avaliação dos alunos esquecendo o papel dos demais intervenientes no processo supervisivo.Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Os artigos publicados nesta Revista están licenciados com uma Licença Creative Commons Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
Os/As autores/as são os titulares dos direitos de exploração (copyright) da sua obra, mas cedem o direito de primeira publicação à Revista de Estudios e Investigación en Psicología y Educación, que poderá publicar em qualquer língua e suporte, divulgar e distribuir o seu conteúdo total ou parcial por todos os meios tecnologicamente disponíveis e através de repositórios.
Permite-se e anima-se os/as autores/as a difundir os artigos aceites para publicação nos site pessoais ou institucionais, antes e após publicação, sempre que se indique claramente que o trabalho é publicado nesta revista e se proporcionem todos os elementos da referenciação bibliográfica junto com o acesso ao documento, preferencialmente através do DOI (caso seja indispensável usar um pdf, a versão final formatada pela Revista deve ser usada). No caso de artigos provenientes de estudos ou projectos financiados, tal será feito dentro dos prazos e condições estabelecidos pelo(s) organismo(s) financiadores da investigação publicada.