Contido principal do artigo

José Tomás da Silva
Universidade de Coimbra
Portugal
Biografía
Teresa Sousa Machado
Universidade de Coimbra
Portugal
Biografía
José Pacheco Miguel
Universidade de Coimbra
Biografía
Vol. Extr., núm. 03 (2015) - XIII CIG-PP, XIII Congreso Psicopedagogia. Área 3: DESENVOLVIMENTO VOCACIONAL E CARREIRA, Páxinas 021-025
DOI: https://doi.org/10.17979/reipe.2015.0.03.324
Recibido: abr. 30, 2015 Aceito: ago. 10, 2015 Publicado: out. 21, 2015
Como Citar

Resumo

O aconselhamento via Internet (ou online) é uma prática profissional com uma curta história mas com comprovadas potencialidades de aplicação nas áreas do aconselhamento e da psicoterapia. O avanço tecnológico e o uso generalizado da Internet possibilitaram um acesso mais disseminado dos clientes ao aconselhamento Online. As intervenções psicológicas na Internet apoiam-se em distintas tecnologias (computador, telemóvel, webcam) e podem ser tanto síncronas como assíncronas. Várias investigações empíricas realizadas nas duas últimas décadas e, em particular, os estudos de meta-análise, atestam a eficácia do aconselhamento através da Internet. Em Portugal, porém, os estudos sobre este tema são praticamente inexistentes. Um domínio ainda inexplorado diz respeito às atitudes dos clientes para com esta modalidade de intervenção comparativamente a formas mais tradicionais de aconselhamento e de psicoterapia. A ausência de escalas que operacionalizem este construto contribui para a assinalada falta de investigações nesta matéria. O presente estudo procura colmatar esta falha mostrando que é possível medir válida e fiavelmente duas facetas das atitudes dos clientes acerca do aconselhamento online: valor e desconforto. A amostra deste estudo é constituída por 242 respondentes de ambos os sexos (cento e nove do sexo feminino e 133 do sexo masculino), recrutados em quatro delegações do Instituto de Emprego e de Formação Profissional (IEFP) da região Centro e da zona de Lisboa e do Vale do Tejo. Todos os respondentes se encontravam desempregados na altura em que responderam ao questionário. A média das idades é de 37.2 anos (DP = 13.2 anos; mínimo = 18 anos; máximo = 65 anos). Duas escalas de atitudes (aconselhamento online [OCAS] versus face a face [FCAS]), com dez itens cada, foram traduzidas do Inglês para o português Europeu. A validade estrutural bidimensional do instrumento foi comprovada através de uma análise de componentes principais dos itens de ambas as escalas, tendo-se extraído, em cada caso, dois componentes ortogonais que explicam 58% (OCAS) e 70% (FCAS) da variância total. As duas dimensões foram denominadas de Valor e Desconforto com o Aconselhamento (online e face a face) e ambas apresentam níveis de consistência interna muito bons (os coeficientes alfa variam entre .80 e .86). Não existem diferenças sexuais nos scores das subescalas (p > .05) e apenas encontrámos correlações significativas pequenas entre a idade e o grau de desconforto com o aconselhamento online (r = -.13, N = 242, p = .048) e o valor atribuído ao aconselhamento face a face (r = .15, N = 242, p = .023). Os respondentes atribuíram um maior valor ao aconselhamento face a face do que ao aconselhamento online (t (241) = -16.05, p < .001), mas não encontrámos diferenças estatisticamente significativas ente as médias de desconforto com as formas de aconselhamento. Conclui-se que as escalas analisadas permitem obter medidas válidas sobre as atitudes acerca do aconselhamento e que delas podemos extrair implicações clínicas práticas relevantes.

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