Roteiro de Entrevista de Habilidades Sociais Educativas para Pais (RE-HSE-P): Estudos de validade confirmatória

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Alessandra Turini Bolsoni-Silva
José Egídio Oliveira
Sonia Regina Loureiro

Resumo

Instrumentos que avaliam as interações entre práticas parentais e comportamentos de forma conjunta são raros; o RE-HSE-P possui essas características. Este estudo teve como objetivo ampliar as propriedades psicométricas do RE-HSE-P com dois objetivos principais: (1) Verificar a validade interna e a consistência interna do RE-HSE-P por meio de análise fatorial confirmatória, considerando a estrutura interna do modelo original, definido pela análise fatorial exploratória com dois fatores -positivo e negativo- relativos às interações entre práticas parentais e comportamentos; e (2) Avaliar a validade discriminativa do instrumento em duas faixas etárias, crianças (pré-escolares e escolares) e adolescentes, utilizando a distribuição dos percentis para identificar padrões de interação nas práticas parentais e comportamentos.. Foram participantes 360 pais/cuidadores de meninos e meninas, com idade variando entre 4 e 16 anos, os quais responderam a instrumentos aferidos sobre práticas educativas e comportamentos infantis. Procedeu-se a análise fatorial confirmatória, tomando por referência os índices de modelos de equações estruturais e os parâmetros de um bom ajustamento; para a consistência interna calculou-se o alpha de Cronbach e utilizou-se percentis por grupos para estimar pontos de corte para interações de risco/não risco. Os resultados indicaram bons indicadores psicométricos, confirmando a estrutura de dois fatores (Total Positivo e Total Negativo). O RE-HSE-P pode ser utilizado para rastreio de interações familiares de risco/não risco de pais /cuidadores com crianças e adolescentes, podendo auxiliar na promoção de intervenções preventivas e remediativas.

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Como Citar
Bolsoni-Silva, A. T., Oliveira, J. E., & Loureiro, S. R. (2024). Roteiro de Entrevista de Habilidades Sociais Educativas para Pais (RE-HSE-P): Estudos de validade confirmatória. Revista de Estudios e Investigación en Psicología y Educación, 11(2). https://doi.org/10.17979/reipe.2024.11.2.10619
Secção
Artigos
Biografias Autor

Alessandra Turini Bolsoni-Silva, Universidade Estadual Paulista (unesp)

Departamento de Psicologia, Faculdade de Ciências, Universidade Estadual Paulista (unesp): https://www2.unesp.br/
Bauru, São Paulo – Brasil

José Egídio Oliveira, Université du Luxembourg

Faculté des Sciences Humaines, des Sciences de l’Éducation et des Sciences Sociales (FHSE), Université du Luxembourg: https://www.uni.lu/fhse-fr/
Luxembourg

Sonia Regina Loureiro, Universidade de São Paulo

Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo: https://www5.usp.br/
Ribeirão Preto - Brasil

Turini Bolsoni-Silva, Egidio Oliveira, and Loureiro: Roteiro de Entrevista de Habilidades Sociais Educativas para Pais (RE-HSE-P): Estudo de validade confirmatória

A bidirecionalidade entre os comportamentos de pais e de filhos é amplamente reconhecida na literatura, no que diz respeito aos recursos e dificuldades, sendo demonstradas as associações entre práticas positivas e habilidades sociais infantis (), bem como de práticas negativas com problemas de comportamento (; ; ). Pais de crianças e adolescentes com problemas de comportamento tendem a utilizar mais práticas negativas para regular os comportamentos dos filhos, o que pode favorecer a manutenção em alta frequência dos problemas de comportamento, requerendo mais práticas negativas por parte dos pais caracterizando assim um círculo vicioso nas interações e uma possível exposição ao risco combinado ().

Problemas de comportamento, especialmente os comportamentos externalizantes, são as principais causas de encaminhamentos para serviços de saúde (), e está entre as queixas que leva à medicalização precoce (). No contexto brasileiro tais problemas ocorrem com alta frequência em meninos, meninas, pré-escolares e escolares, bem como entre os adolescentes (). Adicionalmente, problemas de comportamento podem, no curso do desenvolvimento, se agravarem na adolescência e na idade adulta ().

Para os problemas comportamentais podem ser identificados como externalizantes e internalizantes. Os externalizantes se referem a agressividade, desobediência, desafio frente as regras, dentre outros. E os internalizantes referem-se a comportamentos como complicações somáticas, ansiedade, timidez, isolamento e depressão. Sabe-se que tais problemas são multideterminados e influenciados por variáveis diversas tais como: a) as sociodemográficas, relativas a renda (); estado civil dos pais (); escolaridade das famílias (; ; ), sexo e escolaridade dos filhos (; ); b) as interações pais -filhos , como a parentalidade (; ; ) ; os déficit de habilidades sociais das crianças (; ); e a convivência com problemas de saúde mental dos pais (; ).

Considera-se assim que os problemas de comportamento apresentados por crianças e jovens podem ser influenciados por múltiplas variáveis (; ), e quando da presença de múltiplos riscos () pode-se ter mais dificuldades e mais diversidade de problemas, por exemplo problemas internalizantes associados a externalizantes manifestos em ambos ambientes escolar e familiar.

Nesse cenário a avaliação das práticas parentais nas interações com os filhos com diferentes perfis comportamentais torna-se relevante como recurso para a identificação de comportamentos de risco e de proteção e, consequente, para o planejamento de intervenções preventivas e remediativas.

Os instrumentos utilizados em contexto internacional () e nacional (; ) em geral, avaliam a frequência de ocorrência de ações dos pais, que refletem os estilos parentais, as práticas positivas e negativas sem, contudo, avaliar tais práticas nas interações sociais com as crianças.

As práticas negativas podem ser caracterizadas como ações que envolvem agressividade, coerção e indução de culpa, enquanto as práticas positivas envolvem atenção, afeto, responsividade às necessidades dos filhos, monitoria positiva e estabelecimento de limites de maneira positiva (). Por outro lado, os recursos dos pais para apresentarem práticas educativas podem ser caracterizados pelas habilidades sociais educativas (HSE) entendidas como habilidades sociais aplicáveis às práticas educativas na interação com os filhos (). Tais habilidades podem ser avaliadas em três classes amplas, Comunicação, Afeto e Limites, que a depender da proficiência com que ocorrem nas interações sociais com os filhos, poderá ser positiva ou negativa. Empiricamente, constatou-se associações dos indicadores de práticas educativas e de habilidades sociais educativas ().

Dentro dessa concepção foi proposto por o Roteiro de Habilidades Sociais Educativas para pais (RE-HSE-P), com o objetivo de identificação no contexto das interações pais/filhos dos recursos e dificuldades das díades o que pode instrumentar o planejamento de intervenções que considerem as condições e demandas específicas dos participantes.

O RE-HSE-P teve seus indicadores psicométricos avaliados no Brasil com uma amostra de 213 cuidadores primários de crianças brasileiras em idade pré-escolar (n = 114) e do ensino fundamental (n = 98), de ambos os gêneros e (), sendo verificada a sua fidedignidade teste-reteste, a consistência interna pelo alfa de Cronbach, a validade de construto por meio da análise fatorial exploratória e a validade discriminativa quanto a presença/ausência de problemas de comportamento de escolares avaliados pelo Child Behavior Checklist for Ages 6-18 (CBCL/6-18, ).

A fidedignidade teste-reteste, após dois meses, mostrou estabilidade em habilidades sociais educativas, variáveis contextuais e queixas comportamentais. Por meio da análise fatorial exploratória foram identificados dois fatores: a) Fator 1-Total positivo que inclui habilidades sociais educativas (diversidade e frequência), habilidades sociais infantis, variáveis contextuais; b) Fator 2- Total negativo composto por práticas negativas (diversidade e frequência) e queixas comportamentais. O alfa de Cronbach do Fator 1 foi de .85 e do Fator 2, .65. Foi ainda verificada a validade discriminativa, considerando os indicadores comportamentais avaliados pelo Child Behavior Checklist for Ages 6-18 (CBCL/6-18), permitindo a identificação de indicadores clínicos e não clínicos para as classes comportamentais avaliadas, de crianças pré-escolares e em idade escolar. O instrumento permitiu diferenciar crianças com e sem problemas de comportamento, considerando-se tanto o Total positivo, quanto o Total negativo, bem como parte dos comportamentos que compõe os fatores (habilidades sociais infantis, habilidades sociais educativas, práticas negativas e queixas comportamentais).

Destaca-se ainda dois estudos que utilizaram o RE-HSE-P para objetivos específicos voltados para a avaliação com adolescentes. avaliaram 24 díades de mães/adolescentes e compararam habilidades sociais educativas, com o uso do RE-HSE-P, de mães que apresentavam práticas educativas de risco (pelo IEP, ) em comparação com as que não as apresentavam. Verificaram que o grupo de mães considerado de risco para manifestarem práticas negativas apresentaram as seguintes características predominantes: a) relataram com menor frequência, conversar em diversos momentos do dia e sobre assuntos diversos, e referiram que os filhos tendiam a agir de maneira não habilidosa nessas situações; segundo seus relatos, expressavam sentimento positivo e carinho e os filhos retribuíam, sem diferenças quanto as mães que tiveram suas interações classificadas como de não risco; e ainda relataram, com mais frequência, utilizar de práticas negativas (ficar brava, gritar) e relataram que os filhos respondiam de maneira não habilidosa.

O outro estudo de foi conduzido com uma amostra de 100 díades mães e adolescentes, tendo como fonte de informação o RE-HSE-P e a avaliação dos problemas de comportamentos foi realizada pelo CBCL. Relataram que em relação aos filhos, que apresentavam mais queixas comportamentais, as cuidadoras utilizavam mais práticas negativas, tinham menos interações sociais positivas e menos habilidades sociais educativas (oferecer explicações/falar sobre consequências, estabelecer regras).

Considerando-se os dados psicométricos do estudo original, com uma amostra se pais/cuidadores de pré-escolares e escolares de e os desses estudos empíricos conduzidos com o RE-HSE-P, sem a realização de estudos recentes que explorem do ponto de vista psicométrico a estrutura do instrumento, pretende-se no presente estudo atender a esta lacuna, verificando com uma amostra brasileira novas evidências de validade da estrutura interna, o que pode contribuir para demonstrar a validade de construto, indicando a estabilidade e a generalidade na forma em que se apresenta ().

Propõe-se assim, verificar, por meio da análise fatorial confirmatória a estrutura fatorial do RE-HSE-P com uma amostra que abarca uma faixa etária mais ampla, envolvendo a infância, pré-adolescência e adolescência. Testar-se-á a predeterminação da estruturação de modelos de interação positiva e negativa, visando evidenciar a relação entre as variáveis observáveis e latentes e, assim, confirmar ou refutar a estruturação fatorial do instrumento, com base na análise das interrelações e possíveis dimensões subjacentes do conjunto de variáveis observáveis dos comportamentos, tal como definido por uma teoria prévia implícita (). Verificar-se-á se a estrutura fatorial do instrumento reitera a bidirecionalidade das interações pais/cuidadores e os comportamentos de crianças e jovens, evidenciada em estudo prévio com base na análise fatorial exploratória (). Pretende-se avançar quanto a uma melhor depuração da medida de dimensionalidade do instrumento, de modo a identificar a estrutura latente subjacente ao conjunto de variáveis observadas. Com o objetivo de confirmar a estrutura fatorial, anteriormente obtida através de análise fatorial exploratória, era imperativo aplicar o RE-HSE-P a um outro grupo de crianças e submeter os dados a análise fatorial confirmatória, desta forma fornecendo dados psicométricos mais consistentes e fiáveis. Para além disso, o estudo pretende fornecer, aos futuros utilizadores da RE-HSE-P, um critério discriminativo entre um grupo clínico e outro não clínico através do estabelecimento de pontos de corte baseados nos percentis dos resultados obtidos.

Assim, os objetivos são: 1. Verificar, por meio da análise fatorial confirmatória a estrutura interna do RE-HSE-P, relativa ao modelo definido a partir da análise fatorial exploratória de dois fatores, um positivo e outro negativo, quanto às interações entre práticas parentais e comportamentos, estimando a validade interna do instrumento e a consistência interna de tais indicadores.

2. A partir do modelo testado, verificar a validade discriminativa do instrumento considerando grupos de duas amplas faixas etárias, a saber crianças (pré-escolares e escolares) e adolescentes, tendo por referência a distribuição dos percentis relativos à identificação de interações entre práticas parentais e comportamentos.

Método

Participantes

Participaram do estudo 360 pais/cuidadores de crianças/pré-adolescentes/adolescentes brasileiros (276 mães, 70 pais e 13 outros familiares cuidadores/principais), que responderam sobre a interação com eles e sobre o perfil comportamental deles. O perfil das crianças e jovens tinha as seguintes características: idade variando entre 4 e 16 anos (média 8,44 e Desvio Padrão DP 3.91), sendo 172 meninos e 188 meninas. Para as análises, com base no perfil de idade e sexo, as crianças e adolescentes foram agrupadas em dois grupos com as seguintes características: (a) 249 crianças de 4 a 10 anos (141 meninos, 109 meninas, média de idade 6.13, DP 1.89), e (b) 109 adolescentes de 11 a 16 anos (32 meninos e 78 meninas, média de idade 13.75, DP 1.40).

Percurso amostral

Os participantes incluídos provêm de um banco de dados constituído a partir de coletas de dados ocorridas em três cidades de médio porte do interior do Estado de São Paulo, perfazendo um total de 414 pais/cuidadores principais que responderam sobre seus filhos de diferentes faixas etárias, a saber: 188 pré-escolares em, 125 escolares e 100 adolescentes, com idade variando de 1 a 17 anos, (média de 7.70 e desvio padrão de 4.16). Para a presente investigação foram excluídos os filhos com idade inferior a três anos e superior a 16 anos, ou seja, compôs a amostra filhos de 3 a 16 anos. Com base neste critério selecionou-se para o estudo 360 pais/cuidadores principais que responderam aos instrumentos sobre as interações com seus filhos e sobre o comportamento deles. A exclusão visou eliminar da amostra os extremos de idade, dado que as interações e as demandas comportamentais podem ser influenciadas por tal variável.

Instrumentos

Roteiro de Entrevista de Habilidades Sociais Educativas Parentais - RE-HSE-P (). Trata-se de um instrumento, na forma de entrevista com 13 perguntas guias, que avalia as interações sociais estabelecidas entre pais/cuidadores e crianças/jovens, permitindo identificar as interações sociais positivas ou negativas, bem como a identificação dos déficits e recursos comportamentais de familiares e de crianças/jovens, quanto às habilidades sociais educativas (práticas positivas), variáveis contextuais, práticas negativas e comportamentos infantis (habilidades sociais e queixas comportamentais). O RE-HSE-P fornece dados sobre frequência comportamental e sobre a diversidade de comportamentos de pais/cuidadores e crianças. Como exemplo de pergunta tem-se: I) Você conversa com seu filho? Se sim, em quais situações? Quando você conversa com seu filho, como ele se comporta?; X) Seu filho faz coisas que você não gosta? O que você sente nessas horas? O que você faz nessas ocasiões? Nessas ocasiões como seu filho reage?

No estudo psicométrico original de 2016 compuseram a amostra crianças em idade pré-escolar e escolar, não incluindo adolescentes (). Como descrito anteriormente, identificou-se boa consistência interna e verificou-se pela análise fatorial exploratória a estrutura em dois fatores que agrupam Total positivo (habilidades sociais educativas, habilidades sociais e variáveis de contexto) e Total negativo (problemas de comportamento e práticas negativas). Ainda a validade discriminante, por meio da Curva Roc permitiu a identificação de indicadores clínicos e não clínicos para as classes comportamentais avaliadas pelo Child Behavior Checklist for Ages 6-18 (CBCL/6-18). Nesta validação em 2016 não constava da amostra informações sobre interações pais/cuidadores com adolescentes.

Child Behavior Checklist for Ages 6-18 (CBCL/6-18). Inventário de comportamentos para crianças e adolescentes de 6 a 18 anos versão brasileira (). O instrumento é uma escala com 113 itens tipo likert de 3 pontos (falso, mais ou menos verdadeiro, bastante verdadeiro), que avalia a ocorrência de problemas de comportamento na idade de 6 a 18 anos, os quais são organizados em escalas considerando síndromes, diagnósticos DSM 5 e grandes classes comportamentais (internalizantes, externalizantes e problemas totais). Estudos de adaptação cultural, epidemiológicos, clínicos e psicométricos foram descritos por , demonstrando a segurança em aplicá-lo no contexto brasileiro. Neste estudo serão considerados escores clínicos e limítrofes para indicar os grupos clínico e não clínico para problemas de comportamento.

Procedimentos

Os dados foram coletados utilizando os seguintes passos: (a) contato com as secretarias de educação das três cidades que participaram do estudo; (b) visita às escolas para explicar o objetivo, efetuar os convites e solicitar contatos dos pais/responsáveis pelos alunos; (c) contato e convite aos pais/cuidadores principais; (d) os que aceitaram participar assinaram ao termo de consentimento livre e esclarecido e responderam aos instrumentos, face a face (RE-HSE-P e CBCL), na escola ou na residência, conforme a preferência. A coleta foi conduzida por psicólogos treinados e durou em média 40 minutos. Após o término foi efetuada devolutiva e quando necessário, foi realizado o encaminhamento para atendimento, junto à rede.

Aspectos éticos

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da universidade, é parte de um projeto maior intitulado: Práticas educativas de pais, mães e professores de crianças com e sem problemas de comportamento diferenciadas por sexo e escolaridade, considerando relato e observação, Certificado de Apresentação de Apreciação Ética (CAAE) nº 83049618.0.0000.5398.

Análise de dados

Para a análise de constructo/validade interna tomou-se por referência a estrutura original, sendo conduzida uma análise fatorial confirmatória para os dados de diversidade do RE-HSE-P, organizados em cinco agrupamentos (Práticas positivas, habilidades sociais infantis, variáveis de contexto, práticas negativas e queixas comportamentais). Cada um dos agrupamentos reúne um conjunto de comportamentos relativos, respectivamente, às práticas positivas, habilidades sociais infantis, variáveis de contexto, práticas negativas e queixas comportamentais.

Foi conduzida uma análise fatorial confirmatória, para testar a potencial confirmação da estrutura fatorial da escala, obtida em estudo prévio, por meio de análise fatorial exploratória (). O ajustamento do modelo fatorial aos dados foi avaliado por meio dos índices de modelos de equações estruturais, considerando os seguintes critérios: a estatística do χ 2 , que compara a matrix de variância-covariância implícita no modelo com a matrix de variância-covariância observada nos dados; o índice comparativo do ajustamento (CFI), que compara o modelo especificado com um modelo nulo sem trajetórias ou variáveis latentes; a raíz do erro quadrático médio de aproximação (RMSEA), que compara a matrix de variância-covariância implícita no modelo com a matrix de variância-covariância observada nos dados, ajustada para o tamanho da amostra e para a complexidade do modelo. Tomou-se por referência os parâmetros de um bom ajustamento que são representados por: valor de χ 2 /gl inferior a 3 (); CFI de 0.90 ou superior (); e RMSEA de 0.08 ou inferior (; ). Adicionalmente, foi usado o critério relativo ao resíduo quadrático médio (SRMR), semelhante ao RMSEA, o qual considera como aceitáveis valores de 0.08 ou abaixo (). Outro parâmetro considerado diz respeito a aceitação de um rácio de χ 2 /gl superior a 3, desde que o CFI e o RMSEA indicassem um ajustamento adequado. Segundo Keith (2006) o índice de χ 2 pode evidenciar um desajuste tendo em conta o tamanho da amostra ou a complexidade do modelo, sendo aceitável em modelos mais complexos um rácio de χ 2 /gl até 5.

O modelo fatorial foi testado com recurso ao software AMOS (v.22, SPSS Inc, Chicago, IL). Os seus parâmetros foram estimados utilizando o procedimento de máxima verossimilhança (ML). Por último, de forma a avaliar a consistência interna das suas dimensões fatoriais, foi calculado o alfa de Cronbach, com uso do software SPSS (v.25, IBM SPSS).

Após obtenção do modelo fatorial, procedeu-se à obtenção de medidas de tendência central (médias) dos fatores e buscou-se definir pontos de corte para a verificação da validade discriminativa entre grupos conhecidos, também chamada de validade de contraste (), considerando os pontos médios dos fatores, objetivando identificar diferenças entre crianças com problemas de comportamento e sem problemas de comportamento, tomando como critério a classificação advinda da avaliação pelo CBCL.

Para tal, o banco de dados foi organizado em subgrupos por idades abarcando a infância, a pré-adolescência e adolescência (de 4 a 10 anos e de 11 a 16 anos) e pela presença ou não de problemas de comportamentos, tendo por referência as pontuações obtidas e classificadas pela nota de corte do CBCL. Para a classificação e inserção no grupo clínico adotou-se como critério a presença de escores classificados como clínico ou limítrofe em pelo menos uma das escalas gerais, internalizante, externalizante e total; e como não clínico a presença de tal classificação nas escalas gerais internalizante, externalizante e total.

Em seguida, verificou-se os valores dos escores médios obtidos no RE-HSE-P, considerando os componentes dos dois fatores, identificados na análise fatorial confirmatória (Total positivo e Total negativo). Como passo seguinte, verificou-se a distribuição dos escores médios em percentis e adotou-se como ponto de corte, para a identificação de interações de risco/não risco entre cuidadores/crianças e jovens, o percentil de 25% para o total positivo e total negativo. Para estabelecer essa classificação de interações de risco /não risco considerou-se como critério os indicadores obtidos para os grupos clínico e não clínico pelo CBCL, e definiu-se como interações de risco as combinações de valores relativos ao total positivo menor que percentil 25 e ao total negativo maior que percentil 25 para as avaliações obtidas no RE-HSE-P.

Resultados

Em primeiro lugar são descritos na Figura 1 os dados da análise fatorial confirmatória. Na sequência, são apresentados os pontos de corte organizados por idade e presença/ausência de problemas de comportamento (Tabelas 1).

Figura 1Estrutura fatorial do RE-HSE-P 
Figura 1. Estrutura fatorial do RE-HSE-P

Por meio da análise fatorial confirmatória (Figura 1), chegou-se à seguinte estrutura: uma escala composta por cinco conjuntos de agrupamentos de itens divididos em dois fatores - Fator 1-Total positivo (3 componentes e Fator 2-Total negativo (2 componentes). Os índices de ajustamento da estrutura fatorial obtida são satisfatórios: χ 2 /gl = 2.21; CFI = .99; RMSEA = .06; SRMR = .03. O valor relativo à consistência interna dos itens para o fator 1 foi de .71 e para o Fator 2, α de Cronbach = .72.

Tabela 1Percentis obtidos no RE-HSE-P, as duas faixas etárias estudadas, considerando os grupos não clínico e clínico (CBCL) 
Idades Grupo não clínico (n = 108) Grupo clínico (n = 141)
Crianças - 4 a 10 anos Percentis F1 F2 Percentis F1 F2
25 8.00 2.50 25 8.00 4.50
50 10.33 4.50 50 10.00 6.50
75 12.67 7.00 75 12.33 8.50
Grupo não clínico (n = 44) Grupo clínico (n = 65)
Adolescentes - 11 a 16 anos Percentis F1 F2 Percentis F1 F2
25 7.00 1.63 25 5.83 2.50
50 9.17 3.00 50 8.00 4.50
75 11.92 4.50 75 10.67 6.50

Verificou-se como variações de dados médios para a idade de 4 a 10 anos, no Grupo Clínico para F1 de 4 a 23 e para F2 de 1 a 17.50. No Grupo não clínico a variação foi para a F1 de 2.67 a 22 e para F2 foi de 0.50 a 15. As análises de percentis para as crianças de 4 a 10 anos de idade, tendo como ponto corte maior ou igual a 25, demonstrou que para o Fator 1 (F1-Total Positivo - referente a soma dos valores médios dos componentes de práticas positivas, variáveis de contexto e habilidades sociais infantis) os escores abaixo do valor médio 8 indicam interações de risco. E para o Fator 2 (F2-Total Negativo - práticas negativas e queixas comportamentais) são indicadores de interações de risco os valores médios iguais ou superiores a 4.50.

Na idade de 11 a 16 anos, para F1 no Grupo Clínico a variação foi de 3 a 17.33, e para F2 foi de 0 a 12.50. No Grupo não clínico para a F1 a variação foi de 4.33 a 19 e para F2 foi de 0 a 10. Para o grupo de adolescentes de 11 a 16 anos, assume-se que para o F1-Total Positivo é indicador de risco para interações sociais, os valores abaixo de 7. E, para F2-Total Negativo são indicadores de risco valores iguais ou superiores a 2.5.

Discussão

O presente estudo teve por objetivo ampliar as evidências de validade do RE-HSE-P, verificando a sua estrutura fatorial, por meio de uma análise confirmatória, com uma nova amostra ampliada de crianças e jovens na faixa etária dos 4 aos 16 anos. No estudo psicométrico original o instrumento apresentou indicadores satisfatórios de validade e consistência interna quando da avaliação de uma amostra de pré-escolares e escolares. Destaca-se que estudos empíricos prévios, conduzidos com objetivos não psicométricos já haviam verificado que o instrumento discriminava adolescentes com e sem problemas de comportamento (; ). Considera-se que ao se conduzir um estudo psicométrico com uma faixa etária mais extensa, considerando grupos clínicos e não clínicos para problemas de comportamento, o estudo contribuiu para reiterar a qualidade do instrumento como uma possível escolha a ser utilizada também na avaliação das interações de pais/cuidadores com jovens nessa faixa etária.

O RE-HSE-P avalia as interações sociais por meio do autorrelato de uma forma menos comum em outros instrumentos habitualmente utilizados, os quais focalizam exclusivamente as ações dos pais com relação aos filhos (; ; ), sem, contudo, avaliar de forma conjunta os comportamentos dos filhos nas interações dos pais /cuidadores com eles. Esta peculiaridade do instrumento favorece uma maior aproximação do contexto de ocorrência das interações, assim, de certo modo explicita nos relatos as ações de ambos os atores pais e filhos, o que pode favorecer as proposições de orientações mais pautadas pela realidade cotidiana das famílias. Destaca-se que uma avaliação ampliada do comportamento e das interações é um avanço, contudo se reconhece que a multideterminação de ambos requer também uma avaliação ampliada pela inclusão de outros informantes, como a criança/pré-adolescente/adolescente como respondente, bem como professores.

Os dados do estudo atual reiteraram as evidencias iniciais positivas, obtidas pela análise fatorial exploratória de dois fatores (positivo e negativo) que analisou a dimensionalidade do conjunto de itens, sendo que a análise fatorial confirmatória conduzida confirmou, com bom ajustamento, o modelo estrutural do instrumento, caracterizado por dois fatores, a saber, Fator 1-Total positivo (práticas positivas, habilidades sociais infantis, variáveis de contexto) e Fator 2-Total negativo (práticas negativas e queixas comportamentais), demonstrando, assim, como os construtos estão associados nas interações dos pais /cuidadores e filhos. Os estudos quanto à consistência interna para os Fatores 1 e 2 mostraram indicadores satisfatórios, tal como no estudo original ().

Outro ponto a ser discutido é que o RE-HSE-P já havia mostrado evidências psicométricas positivas de validade discriminativa, ao se mostrar sensível para a identificação de padrões de interações sociais positivas e negativas dos pais/cuidadores com crianças com e sem dificuldade de comportamento (). No presente estudo, considera-se que foi possível avançar quanto a esse ponto, ao se definir as notas de corte para o instrumento considerando duas faixas etárias mais extensas e por meio da identificação de interações de risco, considerando as dimensionalidades positiva e negativa do ponto de vista do comportamento infantil e das práticas educativas.

Ao se adotar o CBCL () para a identificação dos problemas de comportamento, instrumento amplamente reconhecido como padrão ouro, considera-se que favoreceu a implementação prática dos resultados dos estudos. Especialmente, porque ao se avaliar as interações de risco, de certo modo respeitou-se as múltiplas determinações dos comportamentos (; ), considerando-se a bidirecionalidade das influências das práticas educativas parentais (; ; ) e das habilidades sociais infantis ().

Nesse sentido, os valores identificados para os fatores 1 e 2 nas notas de corte propostas podem favorecer o reconhecimento do balanço entre as condições positivas e negativas das interações, norteando ações e práticas de orientação e intervenção que promovam o desenvolvimento de crianças e jovens, por meio das interações familiares. Tal proposição tem uma dimensão preventiva importante, podendo contribuir para evitar a medicalização no cuidado dos problemas de comportamento (), o agravamento dos problemas ao longo do desenvolvimento () e a acentuação da utilização de práticas negativas que retroalimentam os problemas comportamentais (; ).

Considera-se, assim, que os dados positivos de evidência de validade por meio da análise fatorial confirmatória do RE-HSE-P ampliam e fundamentam a possibilidade de aplicabilidade do instrumento para a avaliação das interações familiares com uma faixa etária mais ampla de crianças e jovens em uma perspectiva de bidimensionalidade dos comportamentos e práticas educativas.

Problemas comportamentais são frequentes () e podem-se agravar no curso do desenvolvimento (), especialmente quando da presença de múltiplos riscos e mais diversidade de problemas (). Nesse contexto o uso de instrumentos padronizados para avaliar interações familiares (cuidadores e filhos) torna-se relevante para subsidiar intervenções com a finalidade de ampliar práticas positivas, reduzir negativas e, assim, promover o desenvolvimento da criança.

Ressalta-se que a confiabilidade e a validade não são propriedades fixas e, portanto, variam de acordo com as circunstâncias, população, tipo e finalidade do estudo.

Considerações finais

O RE-HSE-P apresentou propriedades psicométricas satisfatórias que evidenciam sua validade interna, de construto e discriminativa para diferentes idades, em uma perspectiva que se apoia na bidimensionalidade das interações pais e filhos, envolvendo comportamentos e práticas. Nesse sentido, ressalta-se a aplicabilidade do instrumento para o rastreio de dificuldades e potencialidades nas interações, de forma a subsidiar orientações preventivas e intervenções. Sugere-se o uso do instrumento em pesquisa e no contexto de atendimentos a crianças, jovens e suas famílias nos setores público e privado. Como limites têm-se a amostra circunscrita a três cidades da região sudeste do Brasil, necessitando de ampliação, os pais e cuidadores como únicos informantes, o autorrelato como medida exclusiva e o delineamento transversal, o qual limita os dados a um recorte temporal específico. Novos estudos são necessários com método observacional ou com delineamento longitudinal, assim como com o uso concomitante de outros instrumentos de relato que também avaliem práticas positivas e negativas e o comportamento em associação com condições do ambiente familiar como o relacionamento conjugal, que considerem outros informantes e contextos como práticas educativas de professores e interações com pares, ou ainda que considere indicadores de e saúde mental dos cuidadores.

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Universidade da Coruña, Servizo de Publicacións