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Maria Inês de Oliveira Sousa
Graduanda do curso de Pedagogia, na Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
Brazil
Biography
Andrea Abreu Astigarraga
Vol. Extr., núm. 08 (2015) - XIII CIG-PP, XIII Congreso Internacional G-P de Psicopedagogía. Área 8: INTERCULTURALIDAD, INCLUSIÓN SOCIAL Y EDUCACIÓN, pages 077-081
DOI: https://doi.org/10.17979/reipe.2015.0.08.401
Submitted: May 6, 2015 Accepted: Aug 14, 2015 Published: Nov 16, 2015
How to Cite

Abstract

O presente artigo busca compreender de que maneira as adolescentes entre 15 e 18 anos do Bairro Sumaré, na cidade de Sobral, concebem o que é ser mulher, a situação de opressão e exclusão social, assim como, as interfaces da relação intercultural entre as adolescentes pesquisadas e a jovem universitária pesquisadora. As pessoas que habitam nesta comunidade geralmente são indivíduos de baixa renda e escolarização, adictos de drogas, e com características fortemente machistas, ou seja, com predominância de preconceito e desigualdades entre homens e mulheres.  O bairro é considerado uma parte da periferia estigmatizada pelo contexto sócio-econômico e cultural da cidade. Por isso, optamos pela pesquisa de abordagem qualitativa, onde aplicamos uma oficina pedagógica para, através da dialogicidade, interagir com as adolescentes em seu território existencial e estudar as relações de gêneros existentes na comunidade. Procuramos conhecer, respeitar e incluir novos saberes sobre o tema. Então, percebemos que elas inicialmente possuíam conhecimentos baseados no senso-comum e percebiam a partir das suas experiências concretas os sinais de opressão existentes entre as relações de gênero, entre elas mesmas e suas relações familiares.  Embora a discriminação e o preconceito ainda estejam muito vivos no cotidiano das adolescentes pesquisadas, para muitas delas ser mulher significa aquela que “trabalha, estuda, ganha seu próprio dinheiro e não depende do marido. É aquela que não se submete às opiniões apenas para agradar seu companheiro”.  Percebemos que ainda existe um longo caminho a ser trilhado para erradicar o machismo no bairro pesquisado e na sociedade como um todo. Entre todos os resultados obtidos na oficina pedagógica, o mais importante foi a reação de uma das adolescentes que, após os estudos e as discussões, levou os conhecimentos para a sua mãe, e esta, que sofria agressões físicas do marido refletiu sobre a sua condição de ser mulher e decidiu mudar de vida, se separou, mudou de casa e adquiriu sua independência pessoal e financeira. Identificamos o potencial de empoderamento que existe no ato pedagógico realizado através da oficina. Concretamente, influenciamos o ser mulher da mãe de uma adolescente que participou do grupo. Isso nos fez pensar que as relações interculturais e a troca de saberes acadêmico e do senso-comum podem ser diretos e indiretos. O que há de comum entre nós que temos quase a mesma faixa etária são as vivências comuns nas relações de gênero, mas que, a vida acadêmica me proporciona a reflexão teórica e crítica para interagir com as adolescentes pesquisadas. A continuação e os desdobramentos desta investigação darão corpo para o nosso trabalho de conclusão de curso, em pedagogia.

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