O burnout parental é um estado físico e psicológico de exaustão, caracterizado por um cansaço extremo devido às atividades diárias de cuidado. Esse estado pode levar a comportamentos negligentes e até violentos, atuando como um fator de risco para o desenvolvimento das crianças. Este estudo teve como objetivo investigar as relações entre burnout parental, monitoramento parental e as habilidades sociais e comportamentais das crianças. Foi realizado um estudo quantitativo, transversal, com 108 cuidadoras e suas crianças de 6 a 10 anos. Os dados foram coletados por meio do Inventário de Burnout Parental, a versão traduzida e adaptada do Social Skills Rating System, e o Questionário de Monitoramento Parental. Foram realizadas análises estatísticas descritivas e inferenciais, com o auxílio do software JASP. Os resultados mostraram sinais significativos de burnout parental, especialmente na dimensão de exaustão. As cuidadoras relataram que as crianças apresentaram níveis médios a altos de habilidades sociais, mas também sinais de problemas comportamentais, sobretudo externalizantes. Esses achados reforçam a importância de intervenções preventivas que reduzam a exaustão parental e promovam práticas educativas positivas, contribuindo para melhorar as habilidades sociais e mitigar os problemas de comportamento das crianças, além de fortalecer as dinâmicas familiares.
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Como Citar
Boer, J. D. C., & Elias, L. C. dos S. (2024). Burnout parental, monitoramento parental e repertório comportamental das crianças. Revista de Estudios e Investigación en Psicología y Educación, 11(2). https://doi.org/10.17979/reipe.2024.11.2.10250
July Dorna Casper Boer, Universidade de São Paulo (USP)
Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP): https://sites.usp.br/psicologiarp/pb/ Ribeirão Preto/ São Paulo - Brasil
Luciana Carla dos Santos Elias, Universidade de São Paulo (USP)
Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP): https://sites.usp.br/psicologiarp/pb/ Ribeirão Preto/ São Paulo - Brasil
Casper Boer and dos Santos Elias: Burnout parental, monitoramento parental e repertório comportamental das crianças
A síndrome de burnout parental é concebida como um estado físico e psicológico de verdadeira exaustão,
tendo como principal característica o esgotamento marcado pelo cansaço extremo decorrente
das atividades diárias relacionadas aos filhos (). A função parental implica em vivenciar eventos estressores de diversos níveis e,
diante de dificuldades em apoiar-se em recursos apropriados para o enfrentamento dessas
situações, notadamente aquelas de caráter crônico (Roskam et al., , ), os cuidadores podem desenvolver o burnout parental ().
O burnout parental possui quatro diferentes dimensões: a) exaustão: sensação de sobrecarga
emocional relacionada às responsabilidades parentais, ou seja, uma fadiga crônica
marcada por sentimentos de paralisia frente às cobranças diárias; b) saturação: chegar
no limite do cansaço de ser pai/mãe; c) contraste: não se sentir bom o suficiente
no exercício da função parental, comparativamente às experiências anteriores; e d)
distanciamento: vontade de permanecer longe emocionalmente dos filhos; o indivíduo
não consegue suportar o sofrimento e, para evitá-lo, passa a fugir das interações
com o filho, ou seja, as interações se restringem aos aspectos funcionais ou instrumentais
(; ). O surgimento da síndrome de burnout parental está relacionado ao desequilíbrio entre os recursos e demandas no contexto
familiar. Existem fatores que contribuem para um maior risco do desenvolvimento do
burnout parental como: o perfeccionismo, a baixa inteligência emocional, privação do sono,
excessivas tarefas diárias, práticas parentais inadequadas, falta de apoio coparental
e/ou de familiares, ausência de recursos educacionais para a primeira infância, dentre
outros. Por outro lado, há fatores de proteção (recursos) que colaboram para a diminuição
significativa do estresse dos pais, como: autocompaixão, inteligência emocional, disponibilidade
de tempo para o lazer, coparentalidade positiva, recursos financeiros e apoio externo;
o balanceamento dos riscos e recursos é essencial para evitar a ocorrência do burnout parental (; ).
Sabe-se que em diferentes constituições familiares, os cuidadores principais são responsáveis
por proporcionar um desenvolvimento saudável às crianças, tornando-as confiantes,
responsáveis e socialmente habilidosas, e com desenvolvimento acadêmico esperado (; ; ). Os comportamentos dos cuidadores e cuidadoras influenciam diretamente o repertório
comportamental das crianças (quer nas habilidades sociais como nos problemas de comportamento),
visto que eles são promotores de modelos e contingências comportamentais (). Nesse cenário, o burnout parental está ligado a uma menor possibilidade de monitoramento e interações parentais
positivas ().
Entende-se o monitoramento parental como o nível de atenção e cuidado que mães e pais
proporcionam a filhos e filhas, ou seja, o conhecimento e participação sobre as atividades
que desenvolvem diariamente (). Um/a cuidador/a que usa monitoramento positivo é aquele/a que tem atitudes que
resultam em esforço para ter conhecimento sobre o que as crianças fazem, quem são
as pessoas que interagem com eles, ter iniciativa e disposição em auxiliar os/as filhos/as
em suas dificuldades ou organizações de vida e oferecer as devidas contingências às
situações diárias; contudo, o monitoramento excessivo impede a independência do filho,
pois controla e tem efeitos negativos no desenvolvimento (). A literatura tem apontado a importância de práticas educativas marcadas pelo monitoramento
parental positivo na promoção de bons repertórios comportamentais em meninas e meninos,
marcados por habilidades sociais (; ).
O monitoramento parental pode estar presente em práticas parentais positivas ou negativas.
As práticas positivas consistem no estabelecimento de regras, uso adequado da atenção,
distribuição de afeto, acompanhamento de atividades escolares e de lazer e desenvolvimento
de comportamento moral. Já as práticas negativas envolvem a negligência, abuso físico
e/ou psicológico, ausência de afeto, prática de disciplina através de práticas coercitivas
e negativas (Gomide, , ).
Nesta esteira, em uma revisão sistemática da literatura, resultados encontrados afirmaram
que um ambiente de alto risco familiar para burnout parental pode prejudicar a compreensão das emoções sentidas pelas crianças, interferindo
negativamente no desenvolvimento das habilidades sociais (). Prejuízo nas práticas parentais e no monitoramento também podem ocasionar dificuldades
no repertório comportamental dos meninos e meninas, quer em habilidades sociais e/ou
problemas de comportamento (; ; ).
Segundo , habilidades sociais são comportamentos aprendidos ao longo do desenvolvimento e
valorizados em determinada cultura, os quais contribuem para resultados favoráveis
quando do desfecho de uma interação social. Ter um bom repertório de habilidades sociais
contribui para a competência social, mas não a garante; para a competência social
é necessário que haja integração entre os pensamentos, sentimentos e comportamentos
que produzem resultados positivos dentro de ética social (). Assim, o sujeito socialmente competente consegue discriminar quais comportamentos
se adequam de forma mais efetiva em diferentes contextos sociais e consegue produzir
mais frequentemente reforçadores positivos do que negativos ().
Contrariamente aos comportamentos socialmente habilidosos encontram-se os problemas
de comportamento, compreendidos como excessos ou déficits comportamentais do indivíduo,
identificados por padrões externalizantes e/ou internalizantes (). Os primeiros se referem aos comportamentos manifestos em relação aos outros, como
atitudes agressivas, coercitivas, opositoras e entre outros; já os internalizantes
são caracterizados pela ansiedade, isolamento social, retraimento, depressão etc.,
que acabam sendo sentidos pelo próprio indivíduo (; ). Os problemas de comportamento e as habilidades sociais são concorrentes (; ).
Considerando o contexto acima exposto, o presente estudo teve como objetivo geral
caracterizar o burnout e monitoramento parental e as habilidades sociais e problemas de comportamento das
crianças, assim como suas associações. Espera-se contribuir para a compreensão do
fenômeno dada a literatura ainda escassa, de forma a desenvolver intervenções preventivas
de caráter universal destinada aos pais, contribuindo assim para desfechos mais positivos
para mães-pais e filhas-filhos.
Método
Participantes
Tratou-se de um estudo quantitativo e com amostra de conveniência. Participaram 108
cuidadoras (sendo 106 mães e 2 avós como cuidadoras principais), com idade entre 23
e 71 anos (M = 38 anos, DP = 9.71) e 108 crianças com idade entre 6 e 10 anos: 57 meninos (M = 8.47 anos, DP = 1.36) e 51 meninas (M = 7.78 anos, DP = 1.50), matriculados em escolas públicas de um município com 238.339 habitantes
(de acordo com o censo de 2022), do interior de São Paulo, Brasil. A opção pela investigação
direcionada aos participantes da faixa etária entre 6 e 10 anos se deu ao fato de
estarem cursando o início da educação formal, período que requer mudanças comportamentais
para as crianças e seus pais, o que pode ocasionar em experiências que favorecerão
ou não desfechos positivos para ambos (; ).
O critério de inclusão utilizado foi ser a responsável legal e cuidadora principal
da criança com idade entre 6 e 10 anos e o de exclusão foi filho identificado como
tendo alguma deficiência. Crianças com deficiências participaram da coleta de dados,
mas foram retiradas das análises em razão do baixo número da amostra e pela dificuldade
de acesso aos prontuários médicos de diagnóstico para efetiva comprovação da condição
médica.
Quanto às condições socioeconômicas, 12.03 % participantes pertenciam à classe A (R$21.826,74
- renda média); 5.55 % participantes pertenciam à classe B1 (R$10.361,48 - renda média);
29.63 % pertenciam à classe B2 (R$5.755,23 - renda média); 24.07 % se enquadraram
na classe C1 (R$3.276,76 - renda média); 23.14 % correspondiam à classe C2 (R$1.965,87
- renda média) e 5.55 % pertenciam à classe D-E (R$900,60 - renda média), segundo
classificação do Instrumento Critério Brasil ().
Instrumentos
Inventário de Burnout Parental
Elaborado originalmente por e traduzido, adaptado e validado para a realidade brasileira por . O inventário de burnout parental é uma medida padrão ouro para rastreio do esgotamento parental, que já vem
sendo utilizado em diferentes países. Foi escolhido para aplicação com as cuidadoras
do presente estudo, pois é o único instrumento desenvolvido e validado para rastreio
da síndrome no contexto brasileiro. A utilização deste instrumento em muitos países
e na versão em língua portuguesa é uma medida válida e confiável que pode ser utilizada
para estudos transculturais, o que favorece a ampliação e o refinamento do conceito
a partir do contexto bioecológico que os participantes vivenciam.
O instrumento possui 23 itens, avaliados em uma escala Likert (0-6), dividido em quatro dimensões do burnout parental: Exaustão (9 itens, por exemplo: “sinto-me completamente esgotada enquanto
mãe”); Distanciamento (3 itens, por exemplo: “faço somente o mínimo que é preciso
para o/a(s) meu/minha(s) filho/a(s), mas não mais do que isso”); e Saturação (5 itens,
por exemplo, “sinto que já não aguento mais ser mãe”); e Contraste (6 itens, por exemplo:
“sinto-me perdida enquanto mãe”). O cálculo da pontuação total e das dimensões se
dá pelo cálculo das médias.
Quanto aos índices psicométricos, o instrumento apresenta confiabilidades (alfa de
Cronbach) de .97 para a Pontuação global, .95 para Exaustão, .81 para Distanciamento,
.93 para Saturação e .93 para Contraste. Ademais: (223) = 1088.20; p < .001; CFI = .97; TLI = .96; RMSEA = .07)
Inventário de Habilidades Sociais, Problemas de Comportamento e Competência Acadêmica
para Crianças (SSRS)
Elaborado originalmente por Gresham e Elliott (1990 (Social Skills Rating System) e adaptado e traduzido para a realidade brasileira por (), a subescala de Habilidades sociais é composta de 23 itens, que são respondidos
pelas mães e pais sobre seus filhos e filhas, agrupados em cinco fatores: Responsabilidade
(4 itens, por exemplo: “Guarda seus brinquedos ou outras coisas de casa”); Autocontrole
(5 itens, por exemplo: “Controla sua irritação quando discute com os outros”); Afetividade/Cooperação
(6 itens, por exemplo: “Faz elogios para amigos e outras crianças na família”); Desenvoltura
Social (4 itens, por exemplo: “Apresenta-se a novas pessoas sem ser mandado”); e Civilidade
(4 itens, por exemplo: “Em casa, fala em tom de voz apropriado”).
A subescala de Problemas de comportamento é composta de 15 itens divididos em 2 fatores:
Problemas externalizantes (10 itens, por exemplo: “briga com os outros”) e Problemas
internalizantes (5 itens, por exemplo: “mostra-se triste ou deprimido”).
Destaca-se que as correções e classificações do presente instrumento são realizadas
a partir do sexo (feminino e masculino); desta forma, os resultados podem ser apresentados
respeitando tais parâmetros.
No presente estudo os resultados serão apresentados considerando as classificações
(deficitário, médio inferior, médio, médio superior e repertório muito elaborado),
independente do sexo. A cotação das pontuações é feita a partir da análise de frequência
respondida em cada item da subescala, podendo ser 0 (nunca), 1 (algumas vezes) ou
2 (muito frequente) pontos. Na sequência, somam-se as pontuações de cada um dos fatores
para então identificar o percentil e classificação correspondentes do instrumento.
Os índices psicométricos do instrumento apontam valores de confiabilidade composta
para as estruturas fatoriais de Habilidades sociais de F1 = .69, F2 = .73, F3 = .62,
F4 = .65, F5 = .63 e Problemas de comportamento de F1 = .84 e F2 = .64. Enquanto a
análise de consistência interna dos componentes indicou valores de alfa de Cronbach
entre .91 e .94. Para a escala de Habilidades sociais foram obtidos índices satisfatórios
para todos os critérios adotados: c²/gl = 1.60, CFI = .90, GFI = .89, RMR = .02 e
RMSEA = .04; para a escala de Problemas de comportamento foram obtidos tais índices:
/gl = 1.90, CFI = .92, GFI = .92, RMR = .02 e RMSEA = .05.
O inventário foi escolhido para aplicação com as cuidadoras em razão de ser um instrumento
que avalia diretamente o repertório de habilidades sociais e problemas de comportamento
das crianças (objetos de pesquisa deste presente estudo), a partir da percepção das
cuidadoras. A importância do instrumento neste contexto é percebida pela quantidade
de estudos que apontam a lacuna de indicadores avaliativos importantes para o desenvolvimento
infantil e na idade escolar (habilidades sociais, problemas de comportamento e competência
acadêmica).
Questionário de Monitoramento Parental (QMP)
Elaborado por e validado por , o questionário é composto por 28 questões, respondidas pelos filhos/as sobre suas
mães e seus pais, sendo 12 dirigidas ao tipo de monitoramento fornecido pelo pai (por
exemplo, “seu pai ajuda você nos trabalhos escolares?”), 12 pela mãe (por exemplo,
“quando tem algum problema fora de casa você conta para sua mãe?”) e 4 em conjunto
(por exemplo, “a família costuma fazer alguma atividade junta?”).
A cotação das pontuações é realizada pela soma de cada uma das respostas dadas, atribuindo-se
2 pontos à resposta “Sim”, 0 pontos à resposta “Não” e 1 ponto à resposta “Às vezes”.
A somatória de pontos no monitoramento do pai e da mãe é de no máximo 24 para cada
e, no monitoramento conjunto, no máximo 8 pontos. A pontuação máxima no total é de
56 pontos.
Os índices psicométricos do questionário foram a confiabilidade composta (CC), variância
média extraída (VME) e alfa de Cronbach (α). Para o monitoramento do pai: CC = .77,
VME = .28, e α = .72; para o monitoramento mãe: CC = .61, VME = .24, e α = .60 e;
para o monitoramento conjunto: CC = .77 e α .= .74 ().
No presente trabalho foi priorizado o total do questionário de monitoramento parental
em razão do maior índice de confiabilidade e necessidade de compreensão da visão geral
das crianças sobre o cuidado de suas mães e seus pais, e por não se tratar de um estudo
com comparação dos cuidados desempenhados separadamente.
Procedimento
A realização do estudo foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos
da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de
São Paulo, seguindo as normas da Resolução n.º 466/12 e 510/16. O estudo tem o certificado
de apresentação de apreciação ética (CAAE) número 30583420.5.0000.5407.
Após aprovação do comitê de ética, a pesquisadora entrou em contato com as cuidadoras
a fim de aplicar os questionários, deixando-as à vontade quanto à participação por
telefone, videochamada ou por formulário do Google que seria disponibilizado por um link. O tempo de aplicação de todos os questionários com as cuidadoras foi de aproximadamente
30 minutos. Após o aceite, foram aplicados os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido.
Com as cuidadoras foram aplicados os seguintes instrumentos: inventário de burnout parental e o questionário Social Skills Rating System (SSRS/BR) foram aplicados remotamente de forma síncrona. Após o aceite das cuidadoras
e concordância das crianças por meio do Termo de Assentimento Livre e Esclarecido,
iniciou-se a aplicação do questionário de monitoramento parental (QMP), que ocorreu
individualmente, com duração de 10 minutos, nas escolas onde estudavam, no contraturno
escolar, de forma a não atrapalhar as aulas. Após a coleta de dados com as duas fontes
de informação (cuidadoras e filhos/as), foram realizados os procedimentos de cotação
dos protocolos de acordo com as diretrizes de cada um, a análise estatística pertinente
e a elaboração da apresentação dos dados captados.
Análises de dados
Os instrumentos foram cotados de acordo com as proposições de cada técnica e realizadas
análises descritivas com auxílio do programa estatístico JASP versão 16, com 95 % de nível de confiança (p < .05). Foram realizadas estatísticas descritivas, verificada a normalidade das variáveis
e todas os dados deram normalidade, considerando-se os valores de curtose até 7 pontos
e simetria até 3 () e, na sequência, realizadas as análises descritivas. Para caracterizar a amostra,
a partir do escore obtido pelas cuidadoras em cada categoria do SSRS-BR/pais, foi
definido o percentil correspondente e sua classificação em relação aos dados normativos
(): escore baixo (percentil < 25), médio (percentil > 25 e < 75) e superior (percentil
> 75). Posteriormente foram determinadas a frequência e percentagem das crianças que
se localizaram nos escores baixos, médios ou altos para cada categoria da variável
correspondente. Frente a normalidade dos dados, foram realizadas correlações de Pearson entre o burnout parental, monitoramento parental, habilidades sociais e problemas de comportamento
avaliadas pelas cuidadoras. As correlações foram consideradas como fracas quando com
valores menores que .30, moderadas entre .30 e .69 e fortes acima de .70 ().
Resultados
Os resultados estão apresentados em duas seções: a primeira apresenta a caracterização
do burnout parental, monitoramento parental e das habilidades sociais e problemas de comportamento
dos filhos e das filhas na percepção das cuidadoras. Cumpre observar que os resultados
da caracterização dos problemas de comportamento devem ser interpretados da seguinte
maneira: a classificação baixa significa menor frequência de problemas de comportamento
ao passo que a classificação superior significa maior frequência de problemas de comportamento.
Vale ressaltar que somente a avaliação de monitoramento parental foi realizada a partir
da percepção das crianças. A segunda seção refere-se às análises de associações entre
correlativas significativas entre burnout parental, habilidades sociais e problemas de comportamento.
Iniciando a primeira seção, quanto aos resultados de burnout parental (autoavaliados pelas cuidadoras), no fator exaustão obteve-se média de 9.07
(DP = 13.82); no fator contaste a média foi de 4.96 (DP = 8.77); no fator saturação a média foi de 3.65 (6.25); no fator distanciamento a
média foi de 1.95 (DP = 4.40); no escore geral do inventário a média foi de 19.64 (DP = 31.14). Observa-se que ao comparar as médias obtidas pelas participantes com as
médias do instrumento, no total e na dimensão exaustão os resultados estiveram acima
e nas demais dimensões abaixo.
Quanto aos resultados do monitoramento parental respondidos pelos meninos e menimas
(verificado pelo total no questionário de monitoramento parental), cuidadores e cuidadoras
apresentaram média de 39.79 pontos (DP = 9.77), sendo a pontuação máxima 56 pontos; assim, a pontuação obtida corresponde
a 71.05 % do total de pontos possíveis.
A seguir, na Tabela 1, encontram-se os resultados descritivos do escore geral e dos escores fatoriais de
habilidades sociais e de problemas comportamentais respondidos pelas cuidadoras, com
especificação da frequência das participantes em cada um dos níveis percentis (baixo,
médio e superior).
Tabela 1Resultados do repertório comportamental dos filhos obtidos pelo SSRS - versão cuidadoras
Repertório
Habilidades Sociais
Escore
Baixo
Médio
Superior
Mín-Máx
n
%
n
%
n
%
HS (SSRS-BR)
Escore Geral
0-46
33
30.5
59
54.6
16
14.8
F1: Responsabilidade
0-8
21
19.4
59
54.6
28
25.9
F2: Autocontrole
0-10
7
6.4
67
62.0
34
31.4
F3: Afetividade/cooperação
0-12
18
16.6
63
58.3
27
25.0
F4: Desenvoltura social
0-8
44
40.7
49
45.3
15
13.8
F5: Civilidade
0-8
28
25.9
56
51.8
24
22.2
PC (SSRS-BR)
Escore Geral
0-28
33
30.5
44
40.7
31
28.7
F1: Externalizantes
0-20
33
30.5
55
50.9
20
18.5
F2: Internalizantes
0-10
37
34.2
46
42.5
25
23.1
A Tabela 1 aponta que a maioria das crianças foi avaliada como tendo repertório médio e superior:
em relação ao escore geral em habilidades sociais e em civilidade (F5), 70% estiveram
com esse repertório; nos fatores responsabilidade (F1) e afetividade/cooperação (F3),
80%; em autocontrole (F2), 90%; no fator desenvoltura social (F4), 58%. Já em relação
aos problemas de comportamento (PC), mais de 70% dos/as filhos/as apresentaram repertório
entre baixo e médio no escore geral, e nos fatores externalizantes (F1) e internalizantes
(F2).
Na Tabela 2, serão apresentadas as correlações significativas entre o burnout parental, as habilidades sociais e os problemas de comportamento respondidos pelas
cuidadoras. Vale ressaltar que o inventário de burnout parental é apresentado segundo a própria percepção das cuidadoras sobre elas e os
outros instrumentos são referentes aos meninos e meninas.
Tabela 2Correlações entre burnout parental, habilidades sociais, problemas de comportamento
e monitoramento parental, segundo cuidadoras
A Tabela 2 indica correlações significativas positivas moderadas entre total de burnout parental, exaustão, contraste e saturação com o total de problemas de comportamento.
Houve correlação significativa positiva fraca entre o distanciamento e o total de
problemas de comportamento. São encontradas correlações significativas negativas fracas
entre total de burnout parental, exaustão, contraste, saturação e distanciamento com o total de habilidades
sociais.
Discussão
O presente estudo teve como objetivo geral caracterizar o burnout e monitoramento parental e as habilidades sociais e problemas de comportamento dos
filhos e das filhas, assim como suas associações.
Os resultados relativos ao burnout parental apontaram sinais da síndrome quanto ao escore geral e ao fator exaustão,
que se refere a estar sobrecarregado/a e cansado/a de tarefas relacionadas às crianças
(exemplificando: se sentir cansado só de pensar em tudo que é preciso ser realizado
pelos/as filhos/as ou como não aguentar mais ser mãe). consideram a exaustão como ponto de partida e um fator preocupante para o desenvolvimento
do esgotamento parental, sendo a característica que primeiro surge quando os riscos
superam os recursos dos pais.
No presente estudo foi observado ainda que nos fatores contraste, saturação e distanciamento
que compõem o burnout parental, as cuidadoras alcançaram escores abaixo da média do instrumento, sinalizando
que ainda apresentavam reservas cognitivas, afetivas e comportamentais nas vivências
parentais relativas a esses fatores, o que pode estar relacionado a diferentes fatores
de proteção das próprias cuidadoras ou do ambiente. Os achados do presente estudo
apontaram que as cuidadoras tinham idade média acima de 38 anos, filhas e filhos saudáveis,
idade escolar e condições socioeconômicas mais favoráveis, o que se alinha ao estudo
de e de , que ressaltam a importância de recursos que atuam como fatores de proteção à síndrome
do burnout parental, dentre os quais tem-se a maior idade dos pais, crianças saudáveis, idade
escolar, presença de recursos econômicos, e divisão de tarefas familiares, dentre
outros.
Faz-se importante destacar que as cuidadoras participantes sinalizaram se sentir mais
exaustas, mas ainda tiveram preservada a proximidade dos/as filhos/as (escala de distanciamento
abaixo da média do instrumento) e, no fator contraste, os achados evidenciaram pontuação
abaixo da média do instrumento, o que demonstra que as cuidadoras tiveram preservadas
a comunicação, a vivência e o afeto com os filhos e as filhas. Por sua vez, o fator
saturação também permaneceu abaixo da média do instrumento, o que revela que as cuidadoras
não tiveram impasses quanto aos seus sentimentos de gostar de ser mãe. Em síntese,
os resultados sinalizaram que, apesar das dificuldades apresentadas pelas cuidadoras,
elas sentem que são capazes de atuarem positivamente na educação e criação de seus
meninas e meninos, o que vai ao encontro da literatura ao considerar o burnout parental como um processo que se instala progressivamente (). Neste cenário, trabalhar de forma preventiva aos primeiros sinais mostra-se relevante,
contribuindo para a saúde mental dos diferentes atores (cuidadoras e filhos/as).
No que tange ao monitoramento parental total recebido pelos filhos e filhas (autoavaliado
pelas próprias crianças), os dados apontaram que foi positivamente expressivo (mais
de 70 % dos pontos possíveis). Segundo a literatura, a intensidade do monitoramento
dependerá do contexto de vida das famílias e das características das pessoas cuidadoras,
filhos/as e ambiente (recursos e dificuldades) (; ; ); tem-se ainda que práticas educativas marcadas pelo monitoramento parental positivo
promovem bons repertórios sociais e comportamentais das meninas e dos meninos (; Elias e Marturano, ; 2019; ; ).
Quanto ao repertório comportamental dos filhos e filhas (segundo avaliação das mães),
no que tange ao total de habilidades sociais (somatória dos fatores), assim como separadamente
nos fatores, os participantes sinalizaram reserva comportamental importante, alcançando
mais de 70 % desses na classificação média ou superior. Já com relação aos problemas
de comportamento totais, assim como externalizantes e internalizantes, observou-se
que mais de 70 % das pessoas participantes apresentaram repertório baixo ou médio
para problemas. Segundo a literatura, habilidades sociais e problemas de comportamento
são concorrentes (; ). Comportamentos socialmente aceitos tendem a facilitar as relações e garantir reforçadores
que colaboram para sua manutenção e propiciam desfechos mais positivos aos indivíduos
em suas interações sociais ().
Diante disso, observou-se que as crianças possuem reservas nos fatores que compõem
as habilidades sociais (responsabilidade, autocontrole, afetividade/cooperação e civilidade),
o que sinaliza recurso de proteção ao desenvolvimento, concorrendo para a não ocorrência
de problemas de comportamento mais graves. A literatura tem apontado que não basta
possuir habilidades sociais; essas precisam ser usadas de forma adequada para se alcançar
a competência social, sendo que os contextos que o indivíduo participa atuam como
importante função por intermédio dos reforçadores que oferecem a essas habilidades
(; ; Del Prette e Del Prette, , , ). Assim, os contextos precisam ser analisados para compreensão das variáveis.
Quanto às associações entre as variáveis estudadas, foram obtidas correlações significativas
fracas e moderadas, apontando que quanto maiores os índices de burnout parental (total) e seus fatores (exaustão, contraste, saturação e distanciamento),
maiores os escores em problemas de comportamento e menores no repertório total de
habilidades sociais (ou o contrário, quanto menores os escores de burnout parental, menores os problemas de comportamento dos filhos e filhas e maior o repertório
de habilidades sociais). Os achados vão ao encontro da literatura no sentido de que
os contextos ecológicos ocasionam alterações nas experiências das crianças, podendo
potencializar ou inibir o uso de habilidades ().
No presente estudo, não foram identificadas correlações significativas entre o monitoramento
parental e repertório social e comportamental das crianças e com as dimensões do burnout parental, não corroborando com a literatura (; Marturano et al., 2004). Infere-se que a ausência de correlação significativa possa
ter ocorrido em função de características do instrumento utilizado para avaliar o
monitoramento parental e/ou a faixa etária das meninas e meninos.
Dentre as variáveis investigadas no presente estudo, observa-se que, apesar das reservas
comportamentais relativas às habilidades sociais, há sinais de problemas de comportamento,
indicando dificuldades quanto a obter a competência social e relação com a ocorrência
de sintomas do burnout parental. Entende-se que a relação entre as variáveis das cuidadoras e das meninas
e meninos é bidirecional, ou seja, é um ciclo que se retroalimenta de forma positiva
ou negativa (). A relação entre ambos é dinâmica e, até o presente momento, nenhum estudo foi publicado
com a investigação da possível relação do burnout parental com o repertório comportamental das filhas e dos filhos. Entende-se que
a personalidade das mães e dos pais desempenha um papel importante para a ocorrência
da síndrome, logo, a personalidade das crianças também parece desempenhar um papel
de grande influência ().
A partir dos resultados encontrados, conclui-se que as cuidadoras participantes do
presente estudo apontaram sinais de burnout parental com destaque nas vivências de exaustão. Contudo, não pontuaram de forma
expressiva em outros fatores relativos ao burnout, sinalizando recursos preservados quanto a interação e cuidados aos filhos e filhas.
De acordo com o que eles e elas contam, encontrou-se ainda bons níveis de monitoramento
parental total, sinalizando que, apesar da exaustão e sinais de burnout, ainda conseguem manter conjuntamente com seus parceiros o acompanhamento/participação
das atividades dos/as meninos/as. Quanto ao repertório comportamental das crianças,
observou-se na maioria dos participantes recursos em habilidades sociais e médio ou
baixo problemas de comportamento. Associações importantes entre as variáveis foram
encontradas. Contudo, o monitoramento parental não se associou significativamente
às variáveis sociais e comportamentais dos/as filhos/as.
Nesse cenário, acredita-se que intervenções que possibilitem às cuidadoras potencializar
os recursos que já estão presentes (práticas parentais adequadas, boas vivências com
as crianças, bom monitoramento parental, preservação do afeto e percepção positiva
da maternidade), bem como orientações sobre os fatores de risco para a ocorrência
do burnout parental e a busca de um equilíbrio entre os fatores de risco e de proteção poderiam
contribuir para a redução dos níveis de exaustão das cuidadoras e reduzir os problemas
de comportamento parecem estar contribuindo com a exaustão.
Apesar de ter respondido aos objetivos traçados, o estudo aponta algumas limitações
que podem ser sanadas em pesquisas futuras. Primeiramente, pode-se destacar a pouca
heterogeneidade da amostra (tendo participado somente mães e avós). Optou-se somente
pelas cuidadoras em razão da baixa participação dos pais na pesquisa. Em segundo lugar,
outra limitação do estudo é ser uma amostra de conveniência em virtude da dificuldade
em randomizar a escolha dos participantes, por conta do isolamento social imposto
pela pandemia da COVID-19. Em terceiro lugar, aponta-se a não investigação de variáveis
relativas ao microssistema familiar (exercício de coparentalidade, existência de rede
de apoio e personalidade dos pais) e características pessoais dos pais (funcionamento
psíquico, temperamento, crenças, etc.), variáveis que não foram aprofundadas em razão
da necessidade de se concentrar esforços sobre as variáveis dos filhos e das filhas.
Recomenda-se que estudos futuros ampliem as amostras de crianças em idade escolar,
se debrucem na compreensão do burnoutparental em outras faixas etárias e considerem os pais. Delineamentos de estudos longitudinais
e qualitativos também são necessários para uma profunda compreensão do impacto do
burnout parental.
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